O que é depreciação de equipamentos e por que entender sobre o assunto?
A depreciação de equipamentos é um assunto importante para quem trabalha com construção civil, já que ela deve ser calculada de forma precisa para ajudar a empresa a compreender como os gastos com esses itens interferem na lucratividade.
Esse tema é muitas vezes negligenciado por ser considerado irrisório para a maioria das obras. Entretanto, ele existe e, dependendo do serviço e do setor em que se trabalha, não só faz parte como também interfere consideravelmente no cálculo dos ativos do negócio.
Por isso, é essencial entender melhor sobre o assunto e aprender a calcular a depreciação de equipamentos. Continue a leitura para entender mais e evitar as consequências da negligência em seu empreendimento.
O que é depreciação de equipamentos?
Os equipamentos, que incluem também máquinas e ferramentas, são ativos imobilizados. Isso quer dizer que são um bem móvel que gera retorno financeiro e faz parte da manutenção das atividades principais.
Um carro utilizado na obra, por exemplo, é um exemplo de ativo imobilizado. Já um imóvel alugado para gerar renda para a construtora, ou seja, um negócio que não tem como atividade principal o aluguel de imóveis, não se enquadra nessa categoria.
Os ativos imobilizados, mesmo gerando valor para o empreendimento, desvalorizam com o tempo pelo desgaste natural ou pelo uso. A desatualização dos equipamentos também é uma forma de depreciação e deve ser levada em consideração na hora de elaborar orçamentos ou participar de licitações.
A depreciação ocorre independentemente se há gestão dos equipamentos — manutenções periódicas, por exemplo. O carro novamente é um bom exemplo, já que, mesmo com as revisões em dia, tem o valor de venda decaindo ao longo do tempo.
Por que entender mais sobre o assunto?
Por se tratar de algo que acontece independentemente de ser mensurado ou não, ignorar a depreciação de equipamentos é abrir uma brecha de falha no cálculo do orçamento de uma obra, afetando o planejamento e controle da construção.
Fora os imprevistos que acontecem e não estão embutidos nas composições do orçamento, a depreciação pode e deve ser inserida nos custos da obra, pois não considerá-la é aumentar a taxa de erro do orçamento.
Assim, ela atinge diretamente a precificação correta dos serviços e pode fazer diferença na hora de um cliente escolher sua empresa, já que ele perceberá o detalhamento e o cuidado na elaboração do orçamento, bem como em licitações, nas quais centavos podem significar a perda da disputa.
É importante lembrar de que a depreciação, por padrão, só é considerada quando o valor do objeto é superior a R$ 1200 reais e seu tempo de uso é superior a um ano. Caso o item não cumpra esses dois requisitos, ele é considerado como despesa direta da obra.
Outro ponto que deve ser considerado é que cada máquina ou equipamento tem o próprio tempo de vida útil, que deve estar especificado no manual do fabricante. No entanto, de acordo com a Instrução Normativa SRF nº130/1999, elaborada pela Receita federal, esse tempo não deve ultrapassar 10 anos.
Essa IN padronizou e facilitou o cálculo da depreciação de equipamentos, simplificando para os gestores e engenheiros que precisam lidar com essa questão.
Como fazer esse cálculo?
O cálculo da depreciação de equipamentos pode ser realizado de algumas maneiras. As mais utilizadas são os métodos linear e acelerado.
Cálculo linear da depreciação
Trata-se do método mais simples de calcular e é recomendado para quem deseja ter uma estimativa aproximada do valor da depreciação. Ele raramente é considerado o cálculo real, já que considera que a depreciação será a mesma em todos os anos, ou seja, é linear em relação ao tempo. É calculado da seguinte maneira:
Depreciação = (Va – Vr) / Vu
Nessa equação, o Va significa valor de aquisição, Vr, valor residual e Vu, vida útil do equipamento. Por exemplo, se uma betoneira de 600 litros custa R$ 20 mil e no final de sua vida útil de 5 anos valerá apenas 10% do valor da aquisição, teremos o seguinte cálculo:
Depreciação = (20.000 – 2.000) / 5 = 3.600 reais/ano
Ou seja, por ano, a betoneira perde R$ 3,6 mil de seu valor original. Para quem deseja saber sobre a perda mensal, basta dividir por 12, resultando no valor de R$ 300 ao mês.
Cálculo acelerado da depreciação
O cálculo linear não é tão preciso quanto o acelerado, já que considera que a cada ano a perda será a mesma. No acelerado, o cálculo é feito levando em consideração que ao longo do tempo a perda é regressiva, ou seja, quanto mais tempo, menor a perda anual. É feito da seguinte maneira:
Depreciação = Va x Td
Nesse caso, o Td é a taxa de depreciação, que é encontrada ao somar os anos de vida útil, encontrar a razão entre os que faltam e o total dessa soma, e multiplicar por 100 no final. Ou seja:
Taxa de depreciação = (Vu – ano anterior) / (soma dos anos de vida útil) x 100%
Assim, no primeiro ano, a depreciação será de 33%, usando o exemplo anterior da betoneira.
Taxa de depreciação ano 1 = (Vu – ano anterior) / (1+2+3+4+5) x 100
Taxa de depreciação ano 1 = (5-0) / 15 x 100% = 33%
A tecnologia ajuda nesse sentido. Existem alguns softwares de gestão ou de orçamento que consideram o cálculo da depreciação, bastando inserir os dados necessários. Ainda que na etapa de orçamento a escolha dos equipamentos não esteja feita, dá para usar o cálculo linear para ter uma base do valor da depreciação durante a obra.
Quais as consequências de negligenciar a depreciação de equipamentos?
Utilizar o cálculo da depreciação de equipamentos no dia a dia, principalmente na fase de orçamento, ajuda a precificar corretamente os serviços e melhora a competitividade da empresa. Além disso, o bom gerenciamento do maquinário, incluindo revisões e reparos, pode prolongar a vida útil e diminuir os custos com aquisição de novos.
Portanto, negligenciar o cálculo da depreciação de equipamentos é permitir que, de forma consciente, o custo das obras civis não seja adequadamente mensurado e, a longo prazo, gere perdas financeiras. Para quem trabalha com análise de dados, é uma ótima oportunidade de entender como a depreciação dos equipamentos interfere na construção e na lucratividade da companhia.
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