Lucrar ou não lucrar, eis a questão!
Todos hão de concordar que o objetivo de qualquer empreendedor é ter uma empresa saudável financeiramente.
Mas você sabe o que isso significa?
Nenhuma corporação sobrevive sem lucrar, afinal o lucro é o seu salário, é a quantia que sobra depois que as despesas e os custos são descontados. Como você ficaria sem receber? Seria trágico, não é mesmo?!
Da mesma forma, um negócio precisa lucrar para se manter ativo e continuar gerando empregos e auxiliando na movimentação e desenvolvimento da economia.
Por exemplo, uma parcela do lucro é destinada a remunerar o acervo de conhecimentos tecnológicos ou não acumulados, a manter a capacidade administrativa e gerencial, a treinar e capacitar os colaboradores, a (re)investir em novas áreas de atuação e a investir mais capital no negócio.
Afinal, o que é lucro (e o que não é)?
Todos nós em algum momento já ouvimos dizer que o lucro é a diferença entre receitas com a venda de um produto ou serviço e os custos e despesas. Mas o que isso de fato quer dizer?
Receita Bruta |
(-) Deduções e abatimentos |
(=) Receita Líquida |
(-) CPV (Custo de produtos vendidos) ou CMV (Custos de mercadorias vendidas) |
(=) Lucro Bruto |
(-) Despesas com Vendas |
(-) Despesas Administrativas |
(-) Despesas Financeiras |
(=) Resultado Antes IRPJ CSLL |
(-) Provisões IRPJ E CSLL |
(=) Resultado Líquido |
Apesar de parecer simples, há diversos fatores envolvidos no cálculo do lucro e também existem diversas definições de lucro, tais como lucro real, bruto, lucro líquido etc. A primeira coisa que precisamos entender antes de tomar qualquer partido é diferenciar o que é lucro do que não é.
Um dos erros mais comuns é confundir lucro com a receita. A receita é o valor integral que entra no caixa, já o lucro é esse valor deduzido das despesas, custos e tributos.
Outro erro é deduzir que o lucro bruto é o lucro final, pois, de fato, são resultados diferentes. O lucro bruto é o resultado da retirada dos custos operacionais da receita, porém ainda é necessário descontar outras despesas que não fazem parte da operação, mas existem. Há muitos outros gastos que vão além do custo com o produto e precisam entrar na conta de apuração do lucro, como, por exemplo, os salários dos colaboradores, aluguel do imóvel, conta de luz etc.
Depois de toda essa dedução temos o que de fato sobra, o que verdadeiramente é o lucro da empresa – aquele lucro livre da incidência de quaisquer impostos, custos, despesas ou gastos da companhia – o chamado lucro líquido.
Calcular o lucro em operações de negócios que já têm seus custos determinados previamente e que seu produto já existe é uma tarefa bem mais fácil. Porém no caso de construções, como na Engenharia, os produtos só “existem” no final do processo, assim como os custos reais só são revelados à medida que forem ocorrendo e sendo apropriados. Somente no final do empreendimento é que são determinados com precisão. Então, tudo na verdade se torna uma estimativa e é aí que a coisa complica. Qualquer custo esquecido ou subestimado na fase do planejamento aparecerá na fase de execução e certamente ele não terá sido contabilizado no cálculo do lucro, porém a receita já terá sido previamente estabelecida em contrato – ou seja, o lucro previsto será reduzido.
Viu como é complexo calcular o lucro em empreendimentos de Engenharia?! Além disso, nem sempre é possível estabelecer o percentual de lucro desejado, vejamos adiante o porquê.
Com a desmistificação do lucro, fica evidente que ter lucro é bom, é saudável. Mas por mais estranho que pareça, nem todos pensam assim. Na Engenharia de Custos, temos a sensação de que nem sempre lucrar é bem visto.
O lucro, de uma forma geral, é todo ganho ou vantagem obtida. Será que esse conceito leva a uma interpretação equivocada e pejorativa?
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Em breve, teremos um novo texto complementando esse assunto! Fique atento. 😉
Referência bibliográfica: VILELA DIAS, Paulo Roberto. Título: Engenharia de Custos: ESTIMATIVA DE CUSTO DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA. 2ª edição. IBEC, 2015.