Modelo de cronograma de obra: saiba como montar o seu
Modelo de cronograma de obra: saiba como montar o seu
O cronograma de obra é essencial para engenheiros e arquitetos. É por meio dele que se pode definir quando as tarefas serão executadas e quais serão os materiais e equipamentos utilizados, bem como os profissionais que devem ser contratados para que o serviço ocorra corretamente, dentro do prazo e custo estimados.
Muitos profissionais que atuam em obras, no entanto, não realizam um cronograma — ou, quando o elaboram, não o fazem de forma realista e eficiente. Assim, não é incomum se ouvir falar ou mesmo presenciar a falta de ferramentas, materiais e até de profissionais, gerando atrasos e aumento de custos.
É por isso que não basta ter qualquer planejamento em mãos; para garantir um bom andamento, é preciso ter um modelo de cronograma de obra bem-feito. Então, quer saber como elaborá-lo? Continue a leitura!
Como funciona um cronograma de obra
No geral, o modelo de cronograma de obra pode ser:
- apenas físico — contém o planejamento da obra;
- financeiro — apresenta as previsões de custos, entrada e saída de caixa;
- físico-financeiro — contém ambos, em conjunto.
No planejamento, serão realizadas estimativas de produtividade que possibilitam a determinação do prazo de cada serviço. Já no orçamento serão determinados os custos que a envolvem.
Como dissemos, não adianta ter um cronograma qualquer — ele precisa ser realista, bem-feito e, além disso, deve ser seguido e atualizado sempre que necessário. Durante a execução, é importante apropriar as produtividades reais, atualizar o tempo de execução e o custo dos serviços. Assim, quando a realidade apresentar diferenças do que foi estimado, será possível observar que diferença é essa e onde ocorreu o problema.
Principais vantagens de usar um cronograma de obra
Redução de atrasos e aumento do custo orçado
Pode até parecer um detalhe inofensivo, mas sempre que é necessário comprar materiais de última hora, o preço deles sai bem maior do que se tudo fosse comprado com antecedência — diferença esta que será extraída do lucro final.
Mas vale ressaltar que a falta de materiais não é o único problema relevante em uma obra. Esse tipo de serviço também lida com recursos que serão empregados em equipamentos e mão de obra, por exemplo. Assim, o cronograma possibilita o estudo e a definição do tempo apropriado para investir em cada um desses aspectos.
Isso é especialmente importante pelo fato de que a grande maioria dos canteiros de obras apresenta espaço reduzido. Não é interessante ocupá-lo com o armazenamento de equipamentos e materiais que não serão utilizados, certo?
Possibilidade de melhora do fluxo de caixa
O cronograma de obra também é extremamente importante para profissionais ou empresas que constroem para vender e/ou vendem durante a própria construção, pois o seu lucro estará diretamente ligado à estratégia de fluxo de caixa adotada.
Nessa situação, os recursos empregados na aquisição de materiais e equipamentos e os custos com mão de obra provêm das vendas, do patrimônio da empresa ou de empréstimos. Logo, quando esse dinheiro é utilizado sem que haja uma entrada de caixa, a porcentagem de lucro final sobre cada unidade ou produto será menor.
Já com o cronograma, é possível ajustar as compras à execução dos serviços e, em alguns casos, ajustar também a execução à velocidade das vendas, tornando o fluxo de caixa bem mais harmonioso e eficiente.
Como elaborar um modelo de cronograma de obra
Um cronograma precisa conter todas as informações relevantes à obra, como:
- detalhamento das atividades a serem realizadas;
- data e prazo de execução dessas etapas;
- data da aquisição e locação de cada material e equipamento, entre outras.
Entretanto, para cada profissional envolvido deve-se entregar um cronograma. O mestre de obras, por exemplo, não precisa saber da lista de materiais da obra e a data de aquisição de cada um deles. Essa informação é pertinente ao responsável pelas compras.
Tendo isso em mente, vejamos a seguir algumas dicas para a elaboração de um excelente cronograma.
Faça uma lista completa de atividades
É importante fazer uma lista com todas as atividades a serem desenvolvidas. Também chamada de Estrutura Analítica do Projeto (EAP), essa lista possibilitará que informações como tamanho da equipe para cada serviço, quantidade de materiais e custo de cada etapa sejam definidos posteriormente.
A EAP pode ser feita em diferentes ordens e critérios, porém, o mais utilizado costuma ser a divisão em etapas, de acordo com a ordem de execução. Por exemplo:
- limpeza do terreno;
- terraplanagem;
- locação;
- fundação;
- estrutura;
- cobertura;
- vedação;
- esquadrias;
- revestimento;
- pintura.
Após a definição dessas etapas, geralmente se realiza a divisão delas em pacotes de trabalho, em que cada uma é descrita com maior nível de detalhamento. No caso da fundação, por exemplo, um detalhamento simples poderia ser: escavação da fundação, concretagem das estacas, colocação das armaduras.
Levante os quantitativos e estime a produtividade
Realizada a lista de atividades, deve-se levantar a quantidade de cada serviço a ser realizado. Após isso, é essencial estimar a sua produtividade — seja por dados históricos da empresa, seja por meio de tabelas como a SINAPI, SETOP, TCPO, entre outras.
Os dados de produtividade informam, basicamente, quantos profissionais serão necessários para executar 1 m² de serviço, assim como a quantidade de material e equipamentos.
Defina as datas mais importantes
A definição das datas deve levar em consideração a quantidade de recursos disponíveis, a necessidade do cliente e a sua capacidade de produção. E a prioridade desses critérios dependerá da realidade de cada obra.
No caso de um supermercado que deseja começar a vender rapidamente, por exemplo, o menor prazo é mais importante que o menor custo. Já no caso de uma construtora que executa apartamentos de baixo custo, o preço será mais relevante que o prazo.
Definindo-se esse critério de relevância, deve-se analisar o tamanho do canteiro de obras e da sua equipe — afinal, um canteiro muito cheio prejudica a execução dos serviços. Posteriormente, é preciso consultar os dados de produtividade e os quantitativos, levantados no tópico anterior, para definir a duração de cada atividade.
Lembre-se sempre de levar em consideração também as interferências externas, como chuva, possíveis atraso na entrega de materiais, potenciais riscos e imprevistos, a fim de acrescentar uma folga em cada atividade.
Indique as relações e dependências entre as atividades
Essa é uma fase muito importante, pois algumas etapas não podem ser executadas sem que outras já tenham sido finalizadas. Não é possível, por exemplo, instalar as esquadrias ou fazer a pintura sem que as paredes tenham sido levantas. Logo, um atraso na execução da alvenaria influenciará essas atividades, atrasando-as também e aumentando exponencialmente o prazo da obra.
Ao definir quais atividades predecessoras e quais são dependentes, você determina o caminho crítico da obra. Assim, fica mais fácil encontrar as atividades que não devem atrasar — e, caso atrasem, quais devem receber maior atenção.
Meça e aproprie os resultados
Todo cronograma precisa ser seguido à risca e, para isso, é imprescindível a apropriação da produtividade e a medição dos serviços executados.
Posterior a esse levantamento de dados, deve-se ainda comparar o que foi realizado com o que foi planejado. Assim, quando o planejamento for superado, serão necessárias medidas para potencializar a execução das atividades; quando estiver inferior ao que foi realizado, pode-se tanto acelerar o planejamento ou reduzir os serviços executados.
Por fim, depois de tudo o que vimos aqui, uma coisa é certa: não importa o tipo de obra ou a sua situação (se ela está em dia, adiantada ou atrasada), seguir o cronograma de obras é essencial. Porém, para que o resultado seja o melhor possível, evitando déficits financeiros e atrasos, deve-se sempre elaborar um modelo de cronograma de obra eficiente e realista.
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